artigo publicado na publicação NIT por Marta Gonçalves Miranda
Os clientes convivem com políticos, treinadores e jogadores de futebol, atores, chefs e estrelas da televisão. “Vê-se muito sexo, faz-se muito sexo, tudo anda à volta 
do sexo.”
Vasco Maria e Cristina Maria Madeira, nomes fictícios, têm 29 anos e ficaram a saber sobre as festas Purília depois de verem uma reportagem na televisão. Enviaram a sua candidatura, foram entrevistados pessoalmente e, em 15 dias, fecharam o processo. Já faziam parte da comunidade Purília. O que mais os surpreendeu foi o glamour — desde o motorista com limusine que os levou à festa, em ambiente de total secretismo, até ao espaço em si.
Na sala principal, havia alguém ao piano acompanhado por um jovem a cantar. Vasco e Cristina não prestaram muita atenção — rapidamente começaram a “travar conhecimentos”.
“Vê-se muito sexo, faz-se muito sexo, tudo anda à volta do sexo”, revelaram no seu testemunho, divulgado à NiT pela comunidade Purília.
“Vimos outros casais com casais, casais com singles, singles com singles (…) fomos convidados imensas vezes a juntarmo-nos a outras pessoas e convidámos outras pessoas a juntarem-se a nós. Observámos, fomos observados. Uma noite a não esquecer.”
A inspiração das festas Purília vem do filme de Stanley Kubrick, “De Olhos Bem Fechados” (1999), mais precisamente da festa secreta de sexo em que participa o 
protagonista Bill Harford, papel interpretado por Tom Cruise. Em homenagem ao filme, as festas principais chamam-se Eyes Wide Shut (como o título original).
As festas Purília inspiram-se no filme de Tom Cruise e Nicole Kidman,“De Olhos Bem Fechados” — mais precisamente na festa secreta de sexo em que participa o protagonista Bill Harford
Vestidos de gala para elas, smokings para ele emáscaras de Veneza para os que querem manter o anonimato. Tudo isto em casas particulares, hotéis de cinco estrelas e até palácios — tudo sempre mantido no máximo secretismo.“Num castelo nunca realizámos, mas já fizemos [festas] em alto mar”, conta à NiT Eva Lee, uma portuguesa entre os “30 e os 35 anos”, que trabalha numa companhia aérea.
Juntamente com o parceiro, Ricardo Champalimaud (nome verdadeiro), que tem entre 35 e 40 anos, o casal decidiu criar esta comunidade por causa da “enorme lacuna no que diz respeito a este mesmo conceito em Portugal”.
“O que existe cá são clubes de swing de duvidosa, muito duvidosa qualidade, não existindo algo ao nível do melhor que se faz no mundo”.
Erotismo, sexo, luxúria e glamour, muito glamour. Os eventos da comunidade Purília são provavelmente os mais exclusivos de Portugal. Mas há muitos outros espaços em Lisboa onde o tema é sexo e erotismo.
artigo publicado na publicação NIT por Marta Gonçalves Miranda
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